Para Carlinha *-*
_
– Chata!
– Cachorro!
– Você que é uma cadela. E chata, ainda por cima.
– Você me chamou de quê?
– De chata!
– Eu ouvi seu idiota! Me referi a...
– Cadela? Quer que eu repita?
– Repita se for homem!
– C - A - D - E - L - A!
– Ah! Como se atreve?
– Você que pediu...
– Isso não vai ficar assim. Ai, como eu te odeio!
– E o que você vai fazer?
– Eu?
– É, você.
– Eu?
– Sim, você!
– Vou espalhar pra todo mundo que você é broxa!
– Hahahahahahaha!
– Ta pensando que eu to brincando?
– Você não seria burra a esse ponto.
– Burra por quê?
– Esqueceu que eu sou seu marido?
– Meu marido? Meu marido abria a porta do carro para mim. Meu marido me levava o café na cama. Meu marido transava comigo!
– Quer calar essa boca?
(silêncio)
– Você está sendo injusta comigo.
(silêncio)
– Não faz nem uma semana que não dormimos juntos.
– Dez dias.
– Ah, que seja. Não sei se você se tocou, mas estou no meio de um processo dificílimo. Estou prestes a ser condenado, tem gente me perseguindo, me vigiando, e você fica aí falando de sexo...
– Ninguém mandou você sair por aí dizendo o segredo da Coca-cola...
– Engraçadinha... Estou morrendo de rir por dentro.
– Mas me diz, como você acha que eu me sinto casada com um doido, falsificador e ainda por cima broxa?
– Não sei, mal?
– Nossa, como você consegue ser tão cínico?
– E o que você quer, que eu comece a chorar?
– Não, mas não precisa ser tão insensível...
(silêncio)
– Sabe, não faz nem seis meses que casamos e você nem diz mais que me ama...
– Digo sim.
– É, mas quando diz é como se dissesse "pão com maionese"... Sabe, virou rotina, não rola mais aquele sentimento que tinha antes...
(10 segundos)
– Desculpa. Eu não devia ser assim...
– Não mesmo.
(10 segundos)
– É verdade... tenho sido muito ausente. E eu não sabia que você estava sofrendo com isso...
– Você nem presta mais atenção em mim...
– Oh, meu amorzinho...
– Agora você vai ficar dando uma de vítima, né? Já conheço esse papo de "Ah, eu estava errado, por favor, me perdoe amorzinho...", e já sei bem onde isso tudo vai terminar...
– Onde, na cama?
Então seus olhares cruzaram por um segundo e ambos sabiam que o final seria esse mesmo. O brilho flamejante dos olhos negros da moça era como um convite ao paraíso, e os olhos verdes e sarcásticos do rapaz eram olhos de penetra.
Ele chamou o garçom do restaurante, pagou a conta e elogiou a comida. Andou de mãos dadas com sua bela esposa até o carro, abriu a porta para ela, pisou no acelerador e correu até o seu apartamento recém comprado com dinheiro do contrabando.
Lá eles se amaram estupidamente, como nunca tinham se amado antes. O tempo passou rápido, mas a noite certamente duraria anos nos corações dos amantes. Na manhã seguinte, como uma deliciosa provocação, o café estava ali, na cama, esperando-a calmamente, e com um pequeno bilhete amarelo enfiado no queijo.
"Eu te pão com maionese."
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– Chata!
– Cachorro!
– Você que é uma cadela. E chata, ainda por cima.
– Você me chamou de quê?
– De chata!
– Eu ouvi seu idiota! Me referi a...
– Cadela? Quer que eu repita?
– Repita se for homem!
– C - A - D - E - L - A!
– Ah! Como se atreve?
– Você que pediu...
– Isso não vai ficar assim. Ai, como eu te odeio!
– E o que você vai fazer?
– Eu?
– É, você.
– Eu?
– Sim, você!
– Vou espalhar pra todo mundo que você é broxa!
– Hahahahahahaha!
– Ta pensando que eu to brincando?
– Você não seria burra a esse ponto.
– Burra por quê?
– Esqueceu que eu sou seu marido?
– Meu marido? Meu marido abria a porta do carro para mim. Meu marido me levava o café na cama. Meu marido transava comigo!
– Quer calar essa boca?
(silêncio)
– Você está sendo injusta comigo.
(silêncio)
– Não faz nem uma semana que não dormimos juntos.
– Dez dias.
– Ah, que seja. Não sei se você se tocou, mas estou no meio de um processo dificílimo. Estou prestes a ser condenado, tem gente me perseguindo, me vigiando, e você fica aí falando de sexo...
– Ninguém mandou você sair por aí dizendo o segredo da Coca-cola...
– Engraçadinha... Estou morrendo de rir por dentro.
– Mas me diz, como você acha que eu me sinto casada com um doido, falsificador e ainda por cima broxa?
– Não sei, mal?
– Nossa, como você consegue ser tão cínico?
– E o que você quer, que eu comece a chorar?
– Não, mas não precisa ser tão insensível...
(silêncio)
– Sabe, não faz nem seis meses que casamos e você nem diz mais que me ama...
– Digo sim.
– É, mas quando diz é como se dissesse "pão com maionese"... Sabe, virou rotina, não rola mais aquele sentimento que tinha antes...
(10 segundos)
– Desculpa. Eu não devia ser assim...
– Não mesmo.
(10 segundos)
– É verdade... tenho sido muito ausente. E eu não sabia que você estava sofrendo com isso...
– Você nem presta mais atenção em mim...
– Oh, meu amorzinho...
– Agora você vai ficar dando uma de vítima, né? Já conheço esse papo de "Ah, eu estava errado, por favor, me perdoe amorzinho...", e já sei bem onde isso tudo vai terminar...
– Onde, na cama?
Então seus olhares cruzaram por um segundo e ambos sabiam que o final seria esse mesmo. O brilho flamejante dos olhos negros da moça era como um convite ao paraíso, e os olhos verdes e sarcásticos do rapaz eram olhos de penetra.
Ele chamou o garçom do restaurante, pagou a conta e elogiou a comida. Andou de mãos dadas com sua bela esposa até o carro, abriu a porta para ela, pisou no acelerador e correu até o seu apartamento recém comprado com dinheiro do contrabando.
Lá eles se amaram estupidamente, como nunca tinham se amado antes. O tempo passou rápido, mas a noite certamente duraria anos nos corações dos amantes. Na manhã seguinte, como uma deliciosa provocação, o café estava ali, na cama, esperando-a calmamente, e com um pequeno bilhete amarelo enfiado no queijo.
"Eu te pão com maionese."
5 comentários:
Eu só AMO esse texto.
10 de abril de 2009 às 19:10quee orgulho de ti! *-*
Muito bom!
10 de abril de 2009 às 19:25Casais são um prato cheio pra histórias como essa.
papitooooooooooo...
10 de abril de 2009 às 21:23eu te pão com maiones!
atendeu meu pedido! :)
=*
Eu só AMO esse texto. [2]
10 de abril de 2009 às 23:16*-*
E eu morro de rir com ele. uahuahauhauhauhua
Lindo de verdade. ♥
AMEI! :D
16 de abril de 2009 às 10:47Postar um comentário