O dedo da menina se enrola entre os próprios cachinhos. Ela se sente sapeca, inocente, faz cara de manhosa e dá risadinhas infantis. Seu vestido florido, seu ar colegial e insensato. Ela faz isso para o seu homem, aquele com quem pretende ter sua segunda noite de amor, aquele que lhe elogiou na cama. A pobre – sabe que está se enganando. Amanhã ele dirá que não gosta de meninas bobinhas e comerá sua irmã.
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Ele pisa fundo. Bota cem, duzentos, ganha o racha. Sai do carro vitorioso, o rei do pedaço, e sorri como aquela se fosse a última corrida. Chama a sua namorada para dar uma volta pela cidade e sai voando baixo. Comemora gastando o seu dinheiro com uma noite no motel mais caro. Faz da moça a mulher mais feliz do mundo. No dia seguinte ele morrerá.
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Roberto ganha um milhão na loteria. Sua sorte parece enfim ter dado o ar da graça. Quando a notícia se espalha não dá outra: as visitas começam a aparecer. São tantas que ele decide dar uma festa. Dias depois este homem está alegre e realizado. Sua família está finalmente unida na sua casa, o trata como um rei e o mima com presentinhos de todo tipo. Ele, feliz da vida, se emociona facilmente com as demonstrações de carinho que recebe. Homem afortunado é o Roberto. Nunca pensou que tivesse tantos amigos.
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Cassandra é uma prostituta de luxo. Ela é limpa, cara e requisitada. Tem clientes de todo tipo: altos, baixos, gordos, magros, feios e bonitos. Todos ricos, pois, como eu disse, ela é de luxo. Ela é limpa, cara e requisitada. Já está quase decorando o nome de todos os deputados.
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6 comentários:
ual Dan!
7 de abril de 2009 às 00:19Ótimo texto!
Realista demais, consegui imaginar, ver cada fato...
ual...
Perfeito como todos os seus textos!
Parabéns!
tô cometendo a maior das contradições agora, mas os seus textos são sem comentários.
7 de abril de 2009 às 00:32parabéns, cara =)
*__________*
7 de abril de 2009 às 19:15Caraaamba, Daaan
muito massa o texto
eu tmb imaginei as cenas, Debs
Perfeito.
Parabéns
Eu sou um pouco suspeita para comentar algo, pois sempre elogio. Mas esse, especificamente, tinha algo diferente. Talvez uma espécie de teletransporte imaginário. Como sempre, maravilhoso. *-*
7 de abril de 2009 às 20:13:)
:*
esse é meu papito! *.*
9 de abril de 2009 às 19:54"eu te pão com maionese, papito"
aliás... posta esse texto aqui...
=**
Noossa parabéns, muito bom esse texto. Muito real. Muito bom mesmo.
20 de julho de 2009 às 14:46Postar um comentário